Em meio à crise que o país está atravessando, pode parecer estranho falar sobre investimentos. Muitas empresas adiam a aplicação de capitais em determinadas unidades, centros de custo e projetos para conter os recursos e, assim, tentar manter as finanças sob controle.
É o momento em que muitas instituições realizam cortes e contenções de despesas, cometendo erros graves que podem até culminar na falência das mesmas. Porém, são em períodos conturbados que as empresas precisam investir para continuar obtendo uma boa receita e lucratividade nos negócios.
Nesse artigo vamos abordar soluções para planejar os investimentos da companhia sem comprometer as finanças da instituição.
Análise de DRE
Primeiramente, é necessário fazer uma análise do DRE para poder identificar as principais despesas e como elas estão divididas por unidades e centros de custos. Não é simplesmente fazer uma análise vertical ou horizontal, mas explorar minunciosamente cada item e verificar se tais despesas são necessárias, se podem ser ajustadas ou até mesmo excluídas.
Por isso, muitas empresas optam por desenvolver o planejamento orçamentário em cima de uma base zero. OBZ é um recurso importante para aquelas instituições que desejam eliminar despesas e custos desnecessários, que muitas vezes estão enraizados no histórico e são repassados para os planejamentos seguintes.
A projeção de volumes e custos também é primordial. Por meio dela é possível analisar o custo de cada insumo, material, maquinário, entre outros itens necessários para o funcionamento da empresa, planejando adequadamente a compra de produtos, manutenção de equipamentos, baseando-se em fatores como variações na moeda, inflação, câmbio, sazonalidade e tudo mais que possa vir a influenciar no fluxo de caixa da empresa.
Assim, os investimentos nessa área ficam mais assertivos e projetados no orçamento empresarial, podendo ser acompanhados no planejado X realizado, assim como os investimentos em outras áreas da instituição.
Planejamento de RH
Investir em pessoal também é algo que deve ser devidamente planejado. Quando a economia está estagnada ou em recessão, é comum ver empresas demitindo em massa, para poder diminuir as despesas com a folha de pagamento, que costumam ser as mais representativas da empresa.
Porém, até mesmo essas demissões, quando não planejadas, geram um impacto grande no fluxo de caixa, podendo abalar as finanças da instituição. O que poderia ser uma estratégia para enxugar gastos, pode comprometer seriamente a saúde financeira da empresa. Outra alternativa utilizada por gestores é a contratação de mão de obra terceirizada ou temporária.
Qualquer tipo de contratação deve estar no planejamento de RH, para que todas as despesas comuns ao setor sejam projetadas no planejamento orçamentário. Encargos, horas extras, dissídio coletivo, férias, 13º salário, bonificações, entre outros, também devem estar na projeção de fluxo de caixa.
Planejamento de vendas
Imagine a seguinte situação: Marcelo é diretor de vendas de uma grande rede de lojas de departamento. Anualmente, ele precisa definir quais são os pontos que receberão investimentos, se novas lojas serão abertas ou fechadas, os produtos que entrarão em linha ou sairão do mercado. Como tomar tantas decisões na hora de realizar a projeção orçamentária da empresa?
Para isso, é necessário que Marcelo realize o planejamento de vendas de acordo com a estratégia da corporação, para auxilia-lo a definir, além dos itens citados acima, as metas para cada loja, para os vendedores, aliando essas às expectativas da diretoria da empresa. Assim, a tomada de decisão fica mais assertiva e os investimentos de acordo com o planejamento estratégico da organização.
Aplicativos de gestão orçamentária
Muitos profissionais de controladoria e gestão estão utilizando softwares de gestão orçamentária para desenvolver o planejamento e ainda realizar a análise de performance dos indicadores de desempenho, desenvolver e acompanhar os planos de ação, forecast, entre outros recursos.
Para realizar o planejamento de investimentos, muitos gestores realizam projeções de cenários, para ter uma tomada de decisão mais assertiva em meio à oscilações econômicas que possam ocorrer. Além disso, tais ferramentas possibilitam uma gestão orçamentária mais eficiente, já que geram relatórios diversos, auditoria de valores, células com a possibilidade de inclusão de comentários e justificativas, e um dashboard com vários gráficos com atualizações em tempo real.
Há aplicativos de gestão orçamentária que possuem armazenamento na nuvem, o que proporciona muito mais mobilidade ao gestor, que não precisa ficar preso ao escritório para ter acesso aos dados do sistema. Tudo fica concentrado em uma só ferramenta e é mais seguro, visto que toda a movimentação fica registrada e o administrador é quem define a permissão para cada usuário, assim como horários de acesso e os dispositivos autorizados.
É um investimento que tem trazido retorno positivo a empresas que desejam controlar as finanças e melhorar o rendimento e a lucratividade da instituição.