Existem algumas diferenças fundamentais entre o regime de caixa e o regime de competência. Apesar de serem métodos distintos, muitas pessoas, tanto dentro quanto fora da contabilidade, confundem seus conceitos devido às semelhanças entre eles.
Por exemplo, ambos registram, analisam e acompanham os lançamentos de entradas e saídas, os pagamentos e as despesas de uma empresa. Contudo, cada regime faz isso à sua maneira, seguindo seu próprio conjunto de regras.
Por isso, é importante conceituar cada um dos termos e destacar as principais diferenças para entender em qual contexto utilizar cada um.
Continue a leitura do artigo para compreender melhor a diferença entre o regime de caixa e o regime de competência.
Índice – Neste artigo, você encontrará:
- O que é regime de caixa?
- O que é regime de competência?
- As principais diferenças entre regime de caixa e de competência
- Quando usar o regime de caixa e quando utilizar o regime de competência?
- Exemplo de análise de caixa X competência
- Informações concretas para o regime de caixa e de competência
O que é regime de caixa?
Todas as movimentações financeiras de uma empresa geram um evento chamado de lançamento. Esses eventos devem ser registrados regularmente pelo setor contábil, utilizando para isso o regime de caixa e o de competência.
Desse modo, os lançamentos contábeis e financeiros envolvem entrada e saída de dinheiro. No primeiro grupo, temos vendas, recebimentos, entre outros. Já no segundo, nas saídas, temos as despesas, custos e investimentos.
O regime de caixa é um método contábil utilizado para registrar receitas e despesas. No entanto, as entradas e saídas são registradas exclusivamente quando os pagamentos são recebidos ou as contas são pagas.
De modo mais direto, pode-se dizer que o regime de caixa não leva em conta receitas feitas no crédito ou a prazo, por exemplo. Sendo assim, este regime se volta ao registro, análise e acompanhamento dos custos, pagamentos, despesas, gastos e investimentos ocorridos dentro do mês que são efetivados.
O que é regime de competência?
O regime de competência apresenta uma metodologia diferente, quase oposta à do regime de caixa, porque nele as receitas e despesas são registradas na data em que ocorrem. Os apontamentos são feitos no momento exato do fato gerador. Ou seja, conforme um pagamento acontece, uma venda é realizada ou um investimento é acordado, por exemplo, eles já devem constar no regime de competência.
Perceba que não importa se houve entrada ou saída de dinheiro. Independentemente disso, o registro será realizado.
As principais diferenças entre regime de caixa e de competência
Compreender o conceito de cada um dos regimes mencionados já delineia sua principal diferença:
- O regime de caixa faz o lançamento contábil no momento em há entrada ou a saída de dinheiro;
- O regime de competência, por outro lado, faz o lançamento contábil na data em que a venda ou pagamento, investimento ou compra ocorrem, mesmo que não haja recebimento ou envio de dinheiro.
Além disso, o regime de caixa reflete os lançamentos a curto prazo, demonstrando a situação atual, mas impossibilitando uma visão a longo prazo do desempenho operacional e financeiro.
Em contrapartida, o regime de competência fornece uma estrutura mais concreta do desenvolvimento financeiro da empresa no decorrer dos anos.
Apesar dessas diferenças, ambos os regimes não são excludentes. Na verdade, acontece o oposto, pois eles são complementares. Assim, o uso das duas metodologias auxilia na condução mais assertiva da gestão financeira em relação às entradas e saídas de dinheiro de um negócio.
Quando usar o regime de caixa e quando utilizar o regime de competência?
Devido às suas particularidades, o regime de caixa e o regime de competência entregam resultados singulares e ajudam em situações diferentes.
O regime de competência, por exemplo, pode ser usado para mensurar os resultados de uma empresa, além de contribuir para a análise da depreciação dos bens de uma empresa.
Ademais, o regime de competência é imprescindível para a elaboração do Demonstrativo de Resultados de Exercício (DRE). Ele é fortemente embasado pelas informações extraídas do regime de competência.
Então, o que sobra para o regime de caixa? Uma parte muito importante: mostrar como anda a saúde financeira da empresa mensal ou diária. Além disso, esse regime fornece dados e informações vitais para a construção do Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC).
Portanto, o regime de caixa mantém os gestores sempre informados sobre a saúde financeira da empresa, acompanhando as movimentações financeiras, os pagamentos, recebimentos, investimentos e a atuação do próprio negócio em relação aos seus compromissos financeiros.
Diante do exposto acima, é evidente a necessidade de usar ambos os regimes de forma concomitante para benefício próprio do seu negócio.
Exemplo de análise de caixa X competência
Considere que uma hipotética empresa possua um cliente que acordou pagar por um produto mensalmente no período de um ano. A cada mês, o cliente deveria pagar R$ 10.000,00, porém, ele deixou para quitar toda a dívida somente no último mês.
O regime de caixa vai apontar o lançamento no décimo segundo mês, ou seja, quando o dinheiro de fato entra nos cofres da empresa. O lançamento é feito no valor total de R$ 120.000,00 no mês 12.
Por outro lado, o regime de competência manteria o registro mensal, apontando o valor de R$ 10.000,00 no mês 1, no mês 2, e assim por diante.
Informações concretas para o regime de caixa e de competência
Os regimes de caixa e de competência são complementares, atuando juntos para beneficiar a manutenção da saúde financeira de uma empresa e o registro adequado das suas movimentações financeiras.
Os dois regimes precisam de dados atualizados e concretos em seus processos. Sendo assim, eles podem ser otimizados pelo uso do AllStrategy Fluxo, uma solução pensada para melhorar todo o fluxo de trabalho dentro da tesouraria do seu negócio.